18 de out. de 2010

Seja um profissional gente boa *

Ninguém conquista êxito profissional sozinho. Os grandes líderes da história não alcançavam suas vitórias isoladamente, eles construíam boas relações com as pessoas. Procure relacionar-se positivamente com as pessoas ao seu redor, dessa forma você terá mais chances de atingir os seus objetivos. Sabemos que a competitividade no âmbito profissional está em alta e, por conta disso, muitas vezes estamos tão focados em cumprir metas e realizar tarefas para elevar a produtividade que acabamos nos esquecendo que o mais importante nesse mundo é a capacidade de nos relacionarmos com as pessoas.




"Três quartos das pessoas com quem você se encontrar amanhã estarão desejosos de simpatia. Demonstre-lhes simpatia e elas o estimarão". (Dale Carnegie)




Procure aplicar essas dicas para estabelecer bons relacionamentos:


- Compartilhe conhecimentos: a cada dia que passa se torna menor o número de pessoas que detêm o conhecimento somente para si. Quando você não compartilha conhecimentos está atrasando o seu próprio progresso. Transmita conhecimentos, compartilhe, ensine e mostre o que você sabe. Se mantiver o conhecimento só para si, não crescerá profissionalmente.





- Seja empático, pratique Rapport: aprenda a escutar as outras pessoas, perceba o outro a partir do mundo dele e demonstre interesse pelos anseios da outra pessoa, isso fará de você alguém agradável.




- Não tenha rival: seja flexível diante de situações conflitantes. Pratique o princípio de estar em harmonia primeiro para depois saber quem está com a razão.




- Comporte-se adequadamente: os profissionais são contratados nas empresas pelos conhecimentos e pelas características técnicas que possuem, mas na maioria das vezes são demitidos pelas atitudes. Quando você trabalha com pessoas diferentes terá que aprender a se comportar de maneira positiva. Evite os comportamentos das pessoas de fracasso: fofocas, conflitos por pequenas coisas, falta de etiqueta, descontrole emocional frequente, desmotivação e vários outros que devem ser evitados.




- Seja cordial: boa educação não custa caro. Trate as pessoas com respeito e se expresse de maneira elegante e sábia. Você nunca ganhará a admiração ou o respeito de alguém se o tratar com má educação.




- Autenticidade: ser congruente com o que diz e faz é ser sincero com você mesmo e com as outras pessoas. Faça isso e com certeza se sobressairá da maioria das pessoas.



- Seja cooperativo: trabalhe em equipe e contribua para que outras pessoas obtenham sucesso. Desenvolva o seu espírito de liderança para ter a cooperação das outras pessoas.






Ser agradável, simpático e cativante são características importantes para todos que desejam destacar-se na vida profissional. Tim Sanders, autor do livro "O Fator Gente Boa", ensina que a simpatia pode ser o grande trunfo para ter relacionamentos felizes e para obter destaque profissional. O autor destaca que não é ser agradável simplesmente, mas ser uma pessoa positiva, generosa e útil.






No livro, ele utiliza uma expressão, chamada de emocionalmente inteligente, a qual se refere às pessoas centradas que conseguem o melhor dos outros e passam melhores impressões. As pessoas que conseguem controlar suas emoções e serem simpáticas com os outros se dão bem com todo mundo, uma questão de educação e de autocontrole.




Portanto, se deseja ter bons amigos, seja amigo. Se desejar ter bons parceiros de negócios, seja parceiro. Se quer ser respeitado, respeite as pessoas. Pense nisso e seja "um profissional gente boa"!






*Por Cersi Machado


Atua há 10 anos em T&D, ministrando workshops e palestras em diversas regiões do Brasil, nas áreas de Liderança, Motivação, Oratória, Atendimento, Vendas e Desenvolvimento do Potencial Cerebral. Especialista em treinamento de alta performance, graduado em Administração, formado em Gestão de Negócios e Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Possui certificações de nível nacional e internacional em Neurolinguística-PNL, Hipnoterapia e Emotologia. Aplica uma metodologia inovadora em palestras e treinamentos, combinando Neurociência, Coaching, PNL, Emotologia e outras abordagens. Seu trabalho é reconhecido com selos de qualidade na área de T&D, conforme item 4.3.5. ISSO 10015. Autor dos livros, Os 7 Fatores que Possibilitam o Êxito Pessoal e Profissional e Afie o Seu Machado Comprometa-se Com o Seu Sucesso (áudio book) e coautor do livro Ser+Líder. www.cersimachado.com.br.+ textos de Cersi Machado

5 de out. de 2010

Cofrinho moderno: a previdência privada para os filhos

Em vez do brinquedo na estante, um dinheiro a mais para guardar no cofrinho.

Em vez de um pacote de pipoca por dia na escola, algumas moedas a mais no fim do mês. Abrir mão da satisfação imediata para garantir um futuro mais seguro para os filhos ainda é um dilema enfrentado por muitos pais que desejam começar a investir em um plano de previdência.

O fato é que a maioria ainda vive esse dilema, pois desconhece que é possível assegurar uma renda extra para, por exemplo, financiar futuramente a faculdade das crianças, economizando a partir de R$ 1,70 por dia.

A previdência privada é, hoje, um investimento acessível e pode ser a solução para garantir que os filhos não só tenham uma boa formação, mas uma boa renda na velhice.

E não é preciso fazer muita matemática para chegar a essa conclusão. Já está claro para a sociedade que, quanto mais cedo a pessoa começar a se preocupar com o futuro, mais tempo terá para economizar e, consequentemente, o valor a ser poupado pesará menos no bolso. E assim, aos poucos, a previdência privada está entrando na lista básica do planejamento familiar financeiro dos pais.

Segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), divulgados em julho deste ano, o mercado de previdência direcionado para menores fechou 2009 com uma acumulação de R$ 3,3 bilhões, um crescimento de 14,10% em relação a 2008.

Só no primeiro trimestre deste ano, os planos para menores captaram R$ 334 milhões.

Um dos estímulos para esse crescimento é a necessidade de garantir a educação dos filhos.

Mensalidades, material escolar, vestibular, faculdade privada, livros. Se tomarmos como exemplo uma família de classe média, com renda mensal de R$ 6 mil, os gastos com educação podem comprometer até R$ 1,5 mil por mês.

Indo mais além, chegarão a R$ 414 mil até a formatura.

Para garantir que, pelo menos, a formação do filho será concluída, os pais devem começar a investir em um plano de previdência logo após o nascimento da criança e, de forma disciplinada, realizar aplicações mensais, ou aportes, até ela completar 18 anos.

Com um montante a partir de R$ 50,00 por mês, ou R$ 1,70 por dia - considerada uma rentabilidade estimada de 10% ao ano durante o período de acumulação e de 4% ao ano durante o período de pagamento de renda -, é possível formar uma reserva de, aproximadamente, R$ 29 mil. Se aos 18 anos o filho optar por não resgatar o dinheiro, e continuar a contribuição até completar 65 anos, estará garantindo uma renda mensal na aposentadoria de cerca de R$ 20 mil.

Além de ideais para formarem reserva em longo prazo, o planos de previdência são indicados porque aliam segurança financeira à rentabilidade, trazendo ainda, de quebra, o benefício dos incentivos fiscais. Para pais que fazem a declaração completa do Imposto de Renda, é possível deduzir os valores investidos em previdência até o limite de 12% da renda bruta anual. Outro atrativo são as regras de tributação.

Optando pela tabela regressiva, o cliente pode pagar somente 10% de IR sobre os recursos investidos por mais de 10 anos.

Outra vantagem é que, por terem muito tempo para render, os planos para jovens alcançam ótimos resultados, geralmente acima de modalidades até então tidas como tradicionais, como a poupança. Isso ocorre porque oferecem diferentes combinações de investimentos, que vão dos fundos de renda fixa a aplicações em renda variável, no limite de 49% dos recursos.

Além disso, os planos oferecem a opção de contratação de um seguro de vida, que garante a reserva mesmo na ocorrência da morte do provedor.

Mais do que dar garantias financeiras, as mudanças no perfil da população brasileira também têm impulsionado essa fatia do mercado.

Se em 1940 a expectativa de vida do brasileiro era de 45,5 anos e, atualmente, chega a 72,8 anos, a regra agora é: se as pessoas vivem mais, têm mais tempo de aposentadoria e, por isso, precisam começar a poupar cedo para formar uma boa reserva.

Portanto, se você deseja ensinar ao seu filho que poupar desde cedo traz vantagens no futuro, o melhor é deixar o brinquedo na vitrine e começar a encher o cofrinho da previdência agora.

Ligue e solicite uma visita sem compromisso e garanta uma consultoria gratuita de acordo com suas necessidades:

(85) 8789-7750 e (85) 9692-7255 - Ítala Melo - Consultora de benefícios

Mongeral Aegon Seguros e Previdência

Fonte: web - IRB - Brasil Resseguros

4 de out. de 2010

E para você, qual o real significado do seu trabalho?

David Ulrich, palestrante da HSM Expomanagement 2010, acredita na criação de um propósito paras as pessoas dentro do ambiente profissional, fazendo uso de sete pontos-chave. Confira quais são eles.



Em meio as preocupações e demandas diárias do ambiente profissional, dificilmente as pessoas se questionam porque efetivamente estão trabalhando. Mais do que uma dúvida sobre a carreira, esta é uma reflexão sobre o ponto de vista gerencial da sua própria vida. Afinal, o que o trabalho representa para você?



Seria simplista demais dizer que se trabalha por dinheiro ou ocupação exclusivamente; utópico demais afirmar que se trata de um hobby. O acadêmico e autor de 15 livros sobre recursos humanos, David Ulrich, lançou recentemente a obra “The why of work” juntamente com sua esposa e psicóloga Wendy Ulrich. Trata-se de uma tentativa de responder a esta questão, desvendando quais aspectos permeiam as relações de trabalho em empresas de sucesso.



De acordo com Ulrich, após pesquisas no mundo dos negócios, identificou-se que as organizações denominadas por ele como abundantes são lugares onde as pessoas encontram um significado para suas vidas e canalizam isso em valor para o mercado como um todo. “Quando as pessoas encontram no trabalho um significado e um propósito não são apenas as pessoas que se sentem melhores, mas as empresas trazem mais resultados, empregados são mais produtivos, clientes identificam maior valor, investidores têm resultados melhores, bem como a comunidade. É uma relação ganha-ganha”, diz o executivo em entrevista ao site Monster.com.



Na prática, em uma empresa não é simples fazer com que as pessoas encontrem um significado para estarem trabalhando. Afinal, cada companhia possui uma cultura diferente. Mas Ulrich resume que existem sete pontos-chave para promover a criação de um propósito, que vai além da definição de visão, missão e valores.







O acadêmico da Universidade de Michigan defende em sua obra que dar um significado ao trabalho vai além da motivação, pois é algo peculiar que está dento de cada pessoa e deve ser explorado individualmente. Sendo assim, os mecanismos motivacionais clássicos como remuneração, apoio ao desenvolvimento profissional, plano de carreira, entre outros são complementares, pois em primeiro plano deve-se buscar este vínculo superior.



A administradora de empresas e diretora da Palavra-Mestra, Alexandra Delfino de Sousa, faz um paralelo entre a defesa de Ulrich e o pensamento do psiquiatra vienense Viktor Frankl (1905-1997), que testou sua teoria como prisioneiro de campos de concentração nazistas. “O médico criou a Logoterapia, que fundamentou na obra Em Busca de Sentido (ed. Vozes). Frankl concorda com o filósofo Friedrich Nietzsche, quando diz que ‘aquele que tem por que viver aguenta qualquer como’. O psicoterapeuta defende que a busca por significado tem mais a ver coma forma como pensamos do que com as circunstâncias em que nos encontramos”, explica Alexandra em artigo para o Portal HSM.



E para você, qual o real significado do seu trabalho?



25 de set. de 2010

Teste: avalie se você tem um perfil psicossomático

O questionário abaixo foi elaborado a pedido de VEJA pela psicóloga Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress. Responda às perguntas e verifique se o seu modo de sentir e agir é o de uma pessoa suscetível à somatização. Lembre-se de que o diagnóstico preciso só pode ser feito por um especialista.
Responda as afirmações somente com "sim" ou "não"


Anote sua resposta:


1 - Às vezes choro sem conseguir entender exatamente o porquê


2 - Consigo disfarçar muito bem quando estou com raiva


3 - É fácil para os outros perceberem quando estou feliz


4 - Às vezes me pego sonhando acordado(a)


5 - Não tenho dificuldade para nomear aquilo que sinto


6 - É bom "fantasiar" um pouco sobre as coisas


7 - Gosto de conversas objetivas e diretas


8 - Freqüentemente, fico confuso(a) sobre qual emoção estou sentindo


9 - As pessoas mais próximas de mim têm dificuldade de entender como me sinto


10 - A raiva é o sentimento mais freqüente em minha vida


11 - Acho que é uma perda de tempo ficar me perguntando sobre o porquê das coisas


12 - Quase não sonho quando durmo






Agora conte quantos "sim" e quantos "não" você respondeu.


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Se o resultado da subtração for:


Até 3 pontos: Seu perfil não se parece com o de pessoas que sofrem de doenças psicossomáticas. Você provavelmente é o tipo de pessoa que está em sintonia com suas emoções






De 4 a 5 pontos: Você tem alguma dificuldade de identificar ou nomear as suas emoções. Isso pode resultar em algumas manifestações físicas. Aprender a identificar e dar vazão ao que sente o ajudará a não sofrer desconforto físico diante de problemas que são, na verdade, mais de origem psicológica do que biológica






6 ou mais pontos: Ao que tudo indica, você tem muita dificuldade para entender o que se passa em seu íntimo, de nomear suas emoções e de admitir o que sente. Seu corpo provavelmente mostra sinais de desgaste diante de tanta emoção reprimida. Recomenda-se procurar ajuda especializada






Fonte: Edição 2037 da Revista Veja, 5 de dezembro de 2007

As doenças da emoção - Será que você tem uma/

A medicina psicossomática deixou de ser um ramo de segunda classe. A influência dos sentimentos sobre a saúde física nunca foi tão pesquisada e o controle das perturbações psíquicas entrou para os receituários clínicos
 

O perfil dos somatizadores:

  • 20% da população mundial é afetada pelos transtornos de somatização
  • O distúrbio é mais comum em mulheres e entre elas os sintomas costumam ser mais severos
  • 42,6 anos é a idade média dos somatizadores
  • 40% deles têm depressão
  • 20% apresentam transtorno do pânico ou ansiedade
 
Os somatizadores estão entre os principais usuários do sistema de saúde: 60% das consultas médicas referem-se a pacientes com queixas sem nenhuma causa orgânica
 
  
As principais reclamações são:

Dor no peito • Fadiga • Tontura • Dor de cabeça • Dor nas costas • Falta de ar • Insônia • Dor abdominal
 
É quase certo que, ao demonstrar um desconforto físico, você já tenha ouvido que está "somatizando". Mas o que é exatamente somatização? Trata-se de um processo pelo qual distúrbios de origem psíquica, emocional, traduzem-se em mal-estar, com ou sem causa orgânica definida. Os dez problemas mais relatados pelos somatizadores são dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça, inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia, dor abdominal e torpor. Não faz tanto tempo assim, a esmagadora maioria dos médicos ocidentais relegava tais pacientes ao limbo de um ramo até então pouco prestigiado da psiquiatria – o da medicina psicossomática. Mas esse quadro começa a mudar.
  
 
Muitos clínicos estão dando mais atenção aos quadros de somatização. Eles, agora, procuram escutar os somatizadores da forma preconizada por Maimônides, um médico mouro do século XII: "Uma consulta deve durar uma hora. Durante dez minutos, ausculte os órgãos do paciente. Nos cinqüenta minutos restantes, sonde-lhe a alma". Com isso, passaram a oferecer meios de tratar o seu padecimento atual e evitar os futuros, em vez de se apressarem em livrar-se dos "neuróticos". Além disso, equipes de pesquisadores dedicam-se a tentar desvendar os mecanismos pelos quais as emoções podem resultar em afecções. Vários deles, inclusive, já foram descobertos (veja quadro). Pode-se dizer que a medicina ocidental está revendo o dogma de que sintomas só são passíveis de tratamento se originados em problemas físicos descritos cientificamente. Nesse caminho, segue a trilha da antiga medicina oriental, segundo a qual um sintoma, mesmo sem causa orgânica suficientemente identificada, é, em si, um desequilíbrio a ser curado.
 
 
 

 
Convivência pacífica
 
Cientistas japoneses criaram um rato que não tem medo de gato. Essa experiência representa um passo rumo à descoberta de fórmulas para o controle farmacêutico das emoções que causam problemas físicos.
 
 
 
Embora desde o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, haja registros de processos de somatização, o fenômeno só ganhou um nome no início do século XX. O médico austríaco Wilhelm Stekel, um dos pioneiros da psicanálise, lançou a expressão alemã organsprache ("fala dos órgãos") para denominar sintomas físicos associados precipuamente ao lado psíquico. Na versão para o inglês, o termo foi traduzido como somatization, palavra criada a partir do radical grego "soma", corpo. Atualmente, os médicos fazem uma distinção entre transtorno somatoforme e somatização. O primeiro caracteriza-se por queixas físicas recorrentes, mas sem causas detectáveis por exames clínicos ou de imagem. É o caso, por exemplo, de um paciente que reclama de dores de estômago, mas, submetido a uma endoscopia, não apresenta nenhuma lesão nesse órgão. Para que a doença seja diagnosticada como um transtorno somatoforme, é preciso que a pessoa exiba um ou mais sintomas por um período mínimo de seis meses. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 20% da população do planeta manifesta quadros da doença. "Os sintomas são reais. O sofrimento desses pacientes não é menor do que o daqueles que apresentam problemas com causas orgânicas bem definidas", disse a VEJA a psiquiatra americana Lesley Allen, especialista no assunto.
 
 
 
A palavra somatização, por sua vez, hoje é usada especificamente para as doenças identificáveis por meio de exames, desencadeadas por sobrecarga emocional. Certas doenças têm um componente fortemente somático. É o caso de asma, úlceras, fibromialgia, gastrite, alergias e herpes, principalmente. As situações que mais deflagram respostas somáticas são as de stress decorrente de um luto ou de uma separação conjugal. Para não falar da onipresente depressão, é claro. "Na verdade, não existe um só sentimento que não tenha uma repercussão física. O que varia é a intensidade da emoção e a vulnerabilidade do corpo", afirma o psiquiatra Geraldo Ballone, de Campinas.
 
 
 
É freqüente confundir somatização com hipocondria. São coisas completamente diferentes. O hipocondríaco é alguém preocupado em excesso com a própria morte. Seu medo é tanto que ele freqüentemente interpreta um mal-estar passageiro como um sinal de doença grave. O exemplo perfeito é o do personagem de Woody Allen no filme Hannah e Suas Irmãs, que tinha certeza de que suas dores de cabeça eram um sintoma de um tumor no cérebro e, por isso, submetia-se a tomografias da cabeça como quem tira pressão arterial. O que somatizadores e hipocondríacos têm em comum são as idas freqüentes ao médico. "As somatizações são responsáveis por um número muito alto de consultas", diz o psiquiatra José Atilio Bombana, da Universidade Federal de São Paulo. Calcula-se que até a metade de todos os gastos do sistema público de saúde deva-se a somatizações.
 
 
 
Sentimentos revelados
 
Comportamentos histriônicos ou contidos demais favorecem as doenças psicossomáticas. Entender e expressar as emoções é a melhor forma de se proteger.
 
 
 
Do ponto de vista fisiológico, já se sabe que o processo de somatização ocorre no eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal (veja quadro). Com o auxílio da medicina molecular e exames de imagem de altíssima precisão, está-se conseguindo mapear em detalhes os canais de comunicação entre o cérebro e os sistemas imunológico e endócrino. A interação entre corpo e mente se dá por meio de uma intrincada rede de hormônios, proteínas e neurotransmissores que não cessam de interagir. Os cientistas querem definir o que ocorre ao certo quando há um descompasso entre o cérebro e esses sistemas, especialmente nos momentos emocionais mais críticos. Apesar de haver uma longa estrada a ser percorrida, ao entender em parte como os sentimentos afetam o organismo, a medicina deu um passo adiante rumo à prevenção e à cura de doenças típicas da somatização.
 
 
 
No plano estatístico, as evidências da relação entre o psicológico e o físico sempre foram elusivas. Não são mais. Dois estudos publicados neste ano, um no Jornal da Associação Médica Americana (Jama) e outro no Archives of Internal Medicine, atestam a conexão. No primeiro deles, rea-lizado com quase 1.000 pacientes, entre 35 e 59 anos, vítimas de infarto que exerciam funções com grande demanda emocional mostraram-se duas vezes mais predispostas a sofrer um novo evento cardíaco. No segundo estudo, o professor de psicologia Sheldon Cohen, da Universidade Carnegie Mellon, analisou 319 artigos médicos que relacionavam emoções intensas com falhas do sistema imunológico. Ele concluiu que tais emoções podem acelerar a progressão até mesmo de males associados à aids. Há também uma pesquisa notável, levada a cabo por médicos ingleses do London College. Depois de acompanharem 9.000 pessoas durante doze anos, eles descobriram que os que tinham relacionamentos íntimos marcados por brigas e conflitos sofriam 34% mais risco de apresentar um distúrbio cardiovascular.
 
 
 
Não se pode incorrer no simplismo de afirmar, como fazem alguns psicólogos, que toda e qualquer doença tem origem nos sentimentos. "Mas é provável que, por determinação genética, haja pessoas mais propensas a ficar doentes por causa de emoções excessivas", diz o psiquiatra Mario Alfredo De Marco, da Universidade Federal de São Paulo. A mesma situação pode ser mais desgastante para uma pessoa e menos para outra, não apenas pelo perfil psicológico de cada uma, mas por efeito de uma tendência genética para reações hormonais mais ou menos fortes. Fatores culturais também são relevantes. Um levantamento aponta que os brasileiros estão entre os campeões de somatização (veja o mapa). "Comportamentos histriônicos ou contidos demais podem resultar no aparecimento de afecções", diz o psiquiatra Bombana.
 
 
 
Estudos mostram que um bom suporte afetivo e determinados tipos de terapia psicológica são capazes de melhorar a resposta imunológica até mesmo em pacientes de câncer. Uma das linhas de pesquisa mais avançadas nessa área é a da professora americana Lesley Allen. Ela defende a terapia cognitivo-comportamental, associada a técnicas de relaxamento, exercícios moderados e uso de antidepressivos, para diminuir a severidade dos sintomas entre os somatizadores. Os antidepressivos, aliás, têm fornecido resultados surpreendentes. Pacientes tratados com esses remédios apresentaram uma redução considerável nas idas ao médico, especialmente aqueles que sofriam da síndrome da fadiga crônica, distúrbio recorrente entre os somatizadores. Outra linha de pesquisa também começa a esboçar-se. No início de novembro passado, a equipe do pesquisador Hitoshi Sakano, da Universidade de Tóquio, criou em laboratório ratos que não têm medo de gatos. Por meio de alterações genéticas, os cientistas conseguiram remover determinadas células do sistema olfativo dos roedores, responsáveis por detectar a presença de ameaças. Ao terem esse grupo de células desligado, as cobaias aproximaram-se de um gato sem manifestar pavor. Essa experiência representa um avanço na direção de remédios próprios para o controle de emoções que podem causar problemas físicos.
 
 
 
Não se trata, é claro, de demonizar o lado sentimental. De sugerir que todos sejamos robôs gélidos. Tanto os sentimentos bons quanto os ruins foram – e são – fundamentais para a preservação da espécie, como demonstrou o naturalista inglês Charles Darwin, o primeiro a estudar de forma abrangente a influência das emoções instintivas no processo evolutivo. Se elas nos trouxeram até aqui, compreendê-las pode nos levar ainda mais longe do ponto de vista da saúde física. Na falta da pílula mágica que tudo amenize ou controle (e com a qual sonhava até mesmo Sigmund Freud, o pai da psicanálise), cabe a todos nós tentar evitar que sejamos possuídos por sentimentos que redundem em sofrimento físico. Expressá-los sem medo é uma boa medida. Dito assim, parece simples. Não é. Até mesmo os pacientes mais articulados encontram dificuldades ao traduzir seus sentimentos em palavras. O escritor americano William Styron, um dos que melhor expressaram a tristeza e a melancolia, descreveu sua dor psíquica constante como "algo tão misteriosamente doloroso que não é possível nem por meio de mediação intelectual chegar perto de uma descrição". Sim, as palavras nem sempre alcançam a alma.
 
 
 
Por uma vida mais serena
 
 
As alternativas que comprovadamente ajudam a amenizar os sintomas da somatização, ao aliviar o sofrimento emocional.
 
 
Meditação
 
Acredita-se que a meditação modula a resposta do sistema nervoso ao stress. Consegue-se isso por meio do controle da ansiedade. O estudo mais recente nesse campo submeteu pacientes cardíacos à meditação e comprovou que eles tiveram uma redução da pressão arterial
 
  
Terapias cognitivo-comportamentais
 
O objetivo do método é fazer o paciente aprender a controlar os sintomas. Ou seja, ensiná-lo a evitar a cadeia de reações emocionais que leva o corpo a responder com sinais físicos. Também chamado de terapia breve, é especialmente eficaz para aplacar sintomas clássicos, como taquicardia, tontura e falta de ar
 
Psicanálise
 
Ainda que nunca tenha criado uma teoria psicossomática, Sigmund Freud, o pai da psicanálise, foi um dos seus mais importantes precursores. Ao iniciar a prática clínica, Freud percebeu que as manifestações da histeria correspondiam a uma anatomia imaginária. Ao contrário das outras duas técnicas, a psicanálise age na raiz do problema. Nesse caso, faz toda a diferença saber se os sintomas de uma somatização são fruto da história pessoal do paciente. É uma abordagem profunda e complexa, que demanda tempo e disposição para que o paciente se aventure no autoconhecimento. Os resultados desse tipo de terapia para a melhora da saúde, embora mais demorados, já foram provados cientificamente
 
  
Fonte: Edição 2037 da Revista Veja, 5 de dezembro de 2007